quinta-feira, 24 de abril de 2014

Aparelho deveria ser integrado às aulas e uso deveria passar por orientação

Proibir celular em sala de aula é ineficaz, dizem pesquisadoras.


Proibir telefone celular em sala de aula é ineficaz, dizem pesquisadoras ouvidas pelo R7. Os alunos driblam o veto facilmente e continuam usando os aparelhos nas escolas.
A afirmação foi feita nesta segunda-feira (26), dez dias depois que a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro baniu o uso de celulares, bonés e das chamadas "pulseiras do sexo" nos colégios municipais.
A capital paulista tem proibição similar quanto ao uso dos telefones. Pelo menos quatro Estados - Ceará, Rondônia, Pará e Rio Grande do Sul - também vetam os aparelhos nas escolas.
As mochilas dos alunos não são revistadas, diz Maria Elizabeth Almeida, professora de educação digital da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Ela ressalta que isso não é o ideal a ser feito - o correto seria orientar os estudantes sobre o uso do aparelho.
- Os jovens usam pouco os celulares para falar. Eles preferem mandar mensagens, ouvir música, fazer fotos e vídeos. Por que não usar essa tecnologia de forma integrada com as aulas? É um potencial que pode ser aproveitado, a médio prazo, pelos colégios públicos, já que os aparelhos estão nas mãos da maioria dos adolescentes.Professora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Rosa Viccari também é contra vetar o aparelho. Ela conta uma experiência bem-sucedida que viveu na Finlândia, sobre o uso de celular nas escolas:
- Acompanhei uma aula de biologia em um colégio para crianças. Elas fizeram uma trilha na natureza, e os celulares que usavam trazia a rota gravada em um GPS (sistema de localização digital). Os jovens também eram orientados a tirar fotos de plantas e animais encontrados no caminho e enviar, em tempo real, para o computador da escola.
As duas participaram de um pré-encontro da conferência internacional sobre o impacto dos TICs (conjunto de recursos tecnológicos) na educação, preparada pela Unesco (órgão da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Elas ponderam que os governos estaduais e a União deveriam pensar em políticas públicas que aproveitassem as tecnologias disponíveis, como celulares e câmeras fotográficas digitais, nas escolas.
- Os TICs vão além do uso de computadores e notebooks. É hora de correr atrás de uma integração dos aparelhos tecnológicos que já existem, levando em conta o ensino.


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